sábado, 6 de dezembro de 2014

Desnutrição infantil no Brasil e atenção básica: uma visão final

"A desnutrição infantil é um desafio já superado pelo Brasil. Entre 1989 e 2006, a proporção de crianças menores de cinco anos com baixo peso caiu de 7,1% para 1,8%. Já as com baixa altura recuou de 19,6% para 6,8%. Com essas reduções, o país alcançou uma das metas estabelecidas pela ONU para o milênio, que era erradicar a extrema pobreza e a fome."

O trecho que inicia nossa última postagem ilustra o imenso avanço do país no que diz respeito à redução da desnutrição infantil (que como já vimos pode ser indicada por meio do baixo peso da criança ou altura menor que a esperada). Muito desse avanço teve participação fundamental dos programas, ações e estratégias da Atenção Básica, que vimos ao longo do semestre.


O estímulo ao aumento da amamentação exclusiva foi essencial para diminuir a desnutrição e a prevalência de doenças entre os menores de 2 anos de idade no país, já que o leite materno é um alimento completo para as crianças. Além disso, de certa forma contribuiu também para o "aumento no número de doadoras de leite humano – subiu 88,4% em cinco anos, passando de 60,4 mil mulheres, em 2003, para 113,8 mil, em 2008.".
A falta de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) foi em parte suprida pelo aumento da renda de populações mais vulneráveis, que possibilitou o incremento na alimentação familiar, com o aumento das quantidades de alimentos ingeridos em geral - "Desnutrição crônica diminui 51,4% entre crianças do Bolsa Família". Além disso, as condicionalidades de tal programa de distribuição de renda exigem que o acompanhamento médico das crianças seja constante, o que permite o acesso à programas de suplementação de importantes micronutrientes (como o ferro e a vitamina A).
   
A relação entre a educação e uma nutrição correta também foi muito importante, tanto por meio da educação alimentar quanto através da própria merenda escolar. Tal relação contribuiu não só para a melhora do estado nutricional das crianças como também para a propagação de hábitos alimentares saudáveis entre as crianças e suas famílias, com o consumo de alimentos diversificados e que possam suprir todas as necessidades de macro e micronutrientes para um desenvolvimento infantil adequado.


Por último, também foi fundamental a integração entre a agricultura familiar e a melhora nutricional. Isso porque o estímulo a esse mercado possibilitou um acesso mais fácil da população a alimentos in natura (e , portanto, com maior biodisponibilidade de nutrientes), além de estimular a produção local e promover a melhora da renda de populações que sobrevivem da agricultura.
Contudo, apesar de todos os avanços vistos acima, o país precisa buscar indicadores ainda menores, principalmente entre as populações mais vulneráveis e que possuem um menor acesso à saúde, como algumas regiões do semiárido e do Norte do país, onde a taxa de desnutrição infantil ainda é elevada, comparadas com o resto do Brasil. Desse modo, é fundamental que a Atenção Básica chegue a todas as áreas do país, promovendo e gerando saúde.


Fontes: http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-view_blog_post.php?postId=54
http://noticias.r7.com/saude/noticias/brasil-reduz-taxa-de-desnutricao-infantil-e-atinge-meta-da-onu-20101214.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/saude_nutricional.php
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/PainelPEI/Publicacoes/Estimativa%20para%20preval%C3%AAncia%20de%20desnutri%C3%A7%C3%A3o%20infantil%20nos%201%20133%20munic%C3%ADpios%20do%20Semi%C3%A1rido%20brasileiro.pdf

8 comentários:

  1. Os avanços brasileiros na redução da desnutrição infantil nas últimas décadas foram muito expressivos, representando uma queda de três vezes no déficit de peso para idade e de duas vezes no déficit de altura para idade em crianças menores de cinco anos somente no período de 1996 a 2006. Com isso, o Brasil alcançou antecipadamente as metas de desnutrição infantil do primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, relacionado à redução da pobreza e da miséria, comprovando a importância da prioridade dada pelo governo federal a este tema. Em termos nacionais e regionais, as evidências apontam que os principais fatores para esta importante redução na desnutrição crônica foram o aumento da escolaridade materna, o aumento da renda familiar, a expansão da atenção básica à saúde e, em menor grau, a expansão do saneamento básico. Dessa forma, reforça-se a determinação social da desnutrição e a importância da articulação das políticas sociais.

    Fonte: http://dssbr.org/site/entrevistas/patricia-jaime-analisa-os-avancos-na-reducao-da-desnutricao-infantil-e-os-novos-desafios/

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  2. No Brasil, como na maioria dos demais países emdesenvolvimento, como resultado dos ganhos econômicos extraordinários e grande expansão de serviços e programas de saúde, a situação nutricional dos menores de 5 anos melhorou nos últimos anos. Entre 1975 e 1989, a prevalência da desnutrição foi reduzida em cerca de 60%, representando mais de 1 milhão de crianças. No entanto, o fato de que a forma atual mais comum de desnutrição infantil é a crõnica, expressa principalmente pelo déficit de altura por idade, e a existência atual de um percentual, embora não muito alto, de crianças desnutridas graves, ao lado da sua concentração nas regiões mais pobres do País, as regiões Norte e Nordeste, indicam que o problema não está de todo controlado. É reconhecido que a existência de casos de desnutrição grave, mesmo que em pequeno número, representa o topo de um iceberg. Para cada caso grave há muitos
    outros que são menos graves, às vezes sem sinais clínicos típicos de desnutrição. A desnutrição moderada e leve muitas vezes se expressa apenas em termos de falha de crescimento. As estratégias usadas pelo setor de saúde na prevenção da desnutrição estão claramente definidas desde 1978, quando, em Alma-Ata, foi adotado o enfoque de atenção primária à saúde para todos no ano 2000, inclusive a promoção da nutrição adequada. Segundo a OMS, são responsabilidades do setor de saúde, na alimentação e
    nutrição em nível nacional: a) definição e análise do problema nutricional; b) promoção e participação em estratégias e programas multissetoriais de alimentação e nutrição; e c) implantação de um sistema de vigilância alimentar e nutricional.

    Referência: http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-S285/port.asp

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  3. A desnutrição é um quadro de doenças decorrentes da falta de nutrientes, principalmente de proteínas e de calorias, que geralmente é agravado por doenças infecciosas que dificultam a adequada absorção e utilização dos nutrientes pelo organismo. A população mais suscetível a esse à desnutrição é a infantil, pois depende diretamente da assistência de outros para se alimentar. Como consequência dessa carência alimentar, há a diminuição do ritmo e da taxa de crescimento e de ganho de peso, além do comprometimento da cognição e da aprendizagem. Situações como falta de higiene e de saneamento básico, condições impróprias e insalubres das moradias e, em decorrência disso, quadros frequentes de parasitoses intestinais e infecções somente agravam o quadro e podem elevar as taxas de mortalidade, principalmente de crianças com menos de 5 anos.A prevalência da desnutrição na população infantil reduziu cerca de 50% nos últimos 10 anos. Esse índice era de 13% em 1996, conforme o PNDS (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher), caindo para 6,8% em 2006-2007. Essa queda ocorreu devido à evolução de quatro fatores básicos: o aumento da escolaridade materna, o crescimento do poder aquisitivo das famílias, a expansão dos cuidados básicos de assistência à saúde das mães e das crianças e a melhoria nas condições de higiene e saneamento da população mais pobre. Tudo isso incentivado por programas sociais.

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  4. Como muito bem retratou o texto, O Brasil sofreu durante vários anos com a desnutrição infantil extrema que atingia, principalmente, as regiões nordeste e norte do país. Essa realidade tem mudado, com uma redução significativa da taxa de desnutrição infantil, mas ainda existem regiões que necessitam de uma atenção especial. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil atingiu a meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas no primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio e erradicou a extrema pobreza e a fome no país. Como disse o texto, entre 1989 e 2006, a proporção de crianças menores de cinco anos vítimas da desnutrição caiu de 7,1% para 1,8%, e isso implica dizer que as políticas públicas brasileiras de inclusão social e aumento de renda tem surtido efeitos positivos na vida das pessoas, em especial das crianças, que têm no Bolsa família, nos programas de alimentação oferecidos pela escola, um caminho para fugir da fome e da miséria. O Brasil ainda conseguiu reduzir, neste período, a mortalidade infantil e materna, o que demonstra mais uma vez o resultado das ações, e tem como objetivo reduzir a mortalidade na infância para 17,9 óbitos por mil nascidos vivos até 2015. O problema tratado no blog, que é a desnutrição, corresponde a uma doença de natureza clínico-social multifatorial, cujas raízes se encontram na pobreza. Quando ocorre na primeira infância, está associada à maior mortalidade, à recorrência de doenças infecciosas, a prejuízos no desenvolvimento psicomotor, ao menor aproveitamento escolar e à menor capacidade produtiva na idade adulta. Nos países em desenvolvimento, a desnutrição nessa faixa etária constitui-se importante problema de saúde pública. No Brasil, a prevalência de déficit de altura para idade foi reduzida pela metade entre 1996 e 2006, passando de 13,5% para 6,8%, com declínio médio anual de 6,3%. Cabe ressaltar que a redução nesses percentuais de desnutrição não ocorreu de forma homogênea, sendo maior entre as famílias e regiões mais pobres e vulneráveis do País. A desnutrição, que ocorre devido à má alimentação e à falta de nutrientes necessários como Carboidratos, Lipídeos e Proteínas, estando, portanto ligada diretamente ao funcionamento bioquímico do corpo, quebra de macromoléculas e nutrição, permanece elevada em algumas regiões do País, sobretudo em municípios de pequeno porte, e em grupos populacionais específicos, estando fortemente concentrada nas Regiões Norte e Nordeste. De acordo com dados do Sisvan, atualmente ainda há 253 municípios brasileiros com 10% ou mais crianças menores de cinco anos com desnutrição aguda, representando um total de 22.194 crianças. A persistência da desnutrição em um contexto histórico de declínio de sua prevalência sinaliza a necessidade de maiores investimentos sociais e de atenção focalizada de forma qualificada. Nesse sentido, o setor saúde deve monitorar os casos de desnutrição infantil, principalmente dos quadros graves e moderados, e garantir a oferta de cuidados adequados para recuperação dos indivíduos desnutridos, e o Estado deve intervir cada vez mais, produzindo políticas que reduzam ainda mais estes dados, promovam a alimentação e diminuição da miséria, e garantam aos brasileiros uma vida digna e justa.

    Referências:
    http://www.grupoescolar.com/pesquisa/desnutricao-infantil-no-brasil.html
    http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pcan.php?conteudo=desnutricao

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  5. É inegável que a atenção básica exerce uma importância extrema no combate à desnutrição.Os principais fatores atribuíveis à redução da desnutrição no Brasil se devem ao aumento da escolaridade materna, ao crescimento do poder aquisitivo das famílias, a expansão da assistência à saúde e a melhoria das condições de saneamento. Estes achados revelam que o enfrentamento da desnutrição infantil deve ser realizado a partir de ações que considerem os determinantes sociais e políticas públicas promotoras da equidade. Para impulsionar o combate à desnutrição, esta portaria institui a Agenda para Intensificação da Atenção Nutricional à Desnutrição Infantil em municípios com maior prevalência deste agravo em crianças menores de cinco anos de idade. Esta é uma estratégia para concretizar o propósito da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que é melhorar as condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira. Assim, a Agenda visa à estruturação e qualificação de ações para o enfrentamento da desnutrição na Rede de Atenção à Saúde, especialmente no âmbito da Atenção Básica, em consonância com o Brasil Carinhoso e a Rede Cegonha.
    http://dabsistemas.saude.gov.br/sistemas/andi/

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  6. A desnutrição existe ainda no Brasil, mas já foram vencidas várias batalhas em desfavor desse problema. O Bolsa Família esteve, e está à frente dessas melhorias, assim como a política de valorização do salário mínimo e geração de emprego. A saúde, é isso, muita intimidade com o aspecto financeiro. Na "Estratégia de Saúde da Família", crianças que são beneficiários desse programa, obrigatoriamente, devem ser submetidos a avaliações antropométricas três vezes ao ano, procedimentos de fundamental importância para controle da desnutrição infantil.

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  7. A desnutrição infantil continua sendo um tema de suma importância apesar dos avanços citados no blog. Trata-se de um agravo de relevante impacto para a saúde infantil, pois a criança ainda encontra-se em fase de crescimento e desenvolvimento rápidos, e necessita de um aporte adequado de nutrientes (proteínas, vitaminas, etc.) por meio de uma alimentação saudável.
    Como citou o blog, o incentivo ao aleitamento materno exclusivo, as condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família e o incentivo à agricultura familiar, foram fatores com grande importância para a redução da desnutrição, favorecendo uma alimentação saudável, e os fatores necessários para o alcance do desenvolvimento da criança.

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