"A desnutrição infantil é um desafio já superado pelo Brasil. Entre 1989 e
2006, a proporção de crianças menores de cinco anos com baixo peso caiu
de 7,1% para 1,8%. Já as com baixa altura recuou de 19,6% para 6,8%.
Com essas reduções, o país alcançou uma das metas estabelecidas pela ONU
para o milênio, que era erradicar a extrema pobreza e a fome."
O trecho que inicia nossa última postagem ilustra o imenso avanço do país no que diz respeito à redução da desnutrição infantil (que como já vimos pode ser indicada por meio do baixo peso da criança ou altura menor que a esperada). Muito desse avanço teve participação fundamental dos programas, ações e estratégias da Atenção Básica, que vimos ao longo do semestre.
O estímulo ao aumento da amamentação exclusiva foi essencial para diminuir a desnutrição e a prevalência de doenças entre os menores de 2 anos de idade no país, já que o leite materno é um alimento completo para as crianças. Além disso, de certa forma contribuiu também para o "aumento no número de doadoras de leite humano – subiu 88,4% em cinco
anos, passando de 60,4 mil mulheres, em 2003, para 113,8 mil, em 2008.".
A falta de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) foi em parte suprida pelo aumento da renda de populações mais vulneráveis, que possibilitou o incremento na alimentação familiar, com o aumento das quantidades de alimentos ingeridos em geral - "Desnutrição crônica diminui 51,4% entre crianças do Bolsa Família". Além disso, as condicionalidades de tal programa de distribuição de renda exigem que o acompanhamento médico das crianças seja constante, o que permite o acesso à programas de suplementação de importantes micronutrientes (como o ferro e a vitamina A).
A relação entre a educação e uma nutrição correta também foi muito importante, tanto por meio da educação alimentar quanto através da própria merenda escolar. Tal relação contribuiu não só para a melhora do estado nutricional das crianças como também para a propagação de hábitos alimentares saudáveis entre as crianças e suas famílias, com o consumo de alimentos diversificados e que possam suprir todas as necessidades de macro e micronutrientes para um desenvolvimento infantil adequado.
Por último, também foi fundamental a integração entre a agricultura familiar e a melhora nutricional. Isso porque o estímulo a esse mercado possibilitou um acesso mais fácil da população a alimentos in natura (e , portanto, com maior biodisponibilidade de nutrientes), além de estimular a produção local e promover a melhora da renda de populações que sobrevivem da agricultura.
Contudo, apesar de todos os avanços vistos acima, o país precisa buscar indicadores ainda menores, principalmente entre as populações mais vulneráveis e que possuem um menor acesso à saúde, como algumas regiões do semiárido e do Norte do país, onde a taxa de desnutrição infantil ainda é elevada, comparadas com o resto do Brasil. Desse modo, é fundamental que a Atenção Básica chegue a todas as áreas do país, promovendo e gerando saúde.
Fontes: http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-view_blog_post.php?postId=54
http://noticias.r7.com/saude/noticias/brasil-reduz-taxa-de-desnutricao-infantil-e-atinge-meta-da-onu-20101214.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/saude_nutricional.php
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/PainelPEI/Publicacoes/Estimativa%20para%20preval%C3%AAncia%20de%20desnutri%C3%A7%C3%A3o%20infantil%20nos%201%20133%20munic%C3%ADpios%20do%20Semi%C3%A1rido%20brasileiro.pdf
Bioquímica da desnutrição infantil na atenção básica
sábado, 6 de dezembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
Fome oculta, NutriSUS e Educação Alimentar e Nutricional
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
fome oculta é o déficit de um ou mais nutrientes (vitaminas e minerais
essenciais),
deixando silenciosamente algumas sequelas no corpo. Normalmente, passa
despercebida, já que não se associa necessariamente com a falta de alimentos
(ocorre inclusive em pessoas com sobrepeso e obesidade). Ela não apresenta efeitos imediatos, mas pode
estar relacionada à alguns sinais subclínicos, como apatia, fraqueza,
sonolência, falta de apetite, alterações de comportamento, como depressão e
irritabilidade, principalmente nas crianças, cujo desenvolvimento está
acontecendo e há a necessidade maior da disponibilidade de todos os nutrientes.
Essa doença se
faz presente em pessoas de todas as classes sociais, já que é reflexo de uma
alimentação inadequada, que pode ocorrer tanto pela falta de alimentos quanto
por uma alimentação não balanceada (rica em gordura e açúcar e com poucos
vegetais, por exemplo). O problema, no entanto, torna-se mais grave em regiões
menos desenvolvidas e, consequentemente mais pobres, devido à sua maior falta
de acesso à informação e a alimentos adequados.
Desse modo, a Educação Alimentar e Nutricional e o
NutriSUS são algumas das alternativas que podem contribuir para a redução do problema
no Brasil, principalmente entre as classes mais pobres.
O NutriSUS é
uma estratégia de fortificação da alimentação infantil com micronutrientes
(vitaminas e minerais). A ação consiste na adição de um sachê contendo uma
mistura de vitaminas e minerais em pó à
alimentação oferecida às crianças de 6 meses a 3 anos e 11 meses em creches participantes do programa Saúde na Escola, de
modo a potencializar o desenvolvimento infantil e a prevenção e controle das
deficiências de vitaminas e minerais.
Já a Educação Alimentar e Nutricional é um campo de
conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar,
intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e
voluntária de hábitos alimentares saudáveis modificação e melhoria do hábito
alimentar a médio e longo prazos e está relacionada a representações sobre o
alimento, conhecimentos, atitudes e valores. Desse modo, são realizados nas
escolas atividades lúdicas e educativas
acerca da alimentação saudável, de modo a modificar os hábitos presentes e
futuros das crianças, estimulando a ingestão de frutas, vegetais e outras
fontes de nutrientes, mantendo sempre uma alimentação balanceada, com todas as
substâncias necessárias para o seu desenvolvimento.
Fontes: http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar/alimentacao-escolar-acoes-educativas
http://dab.saude.gov.br/portaldab/pse.php?conteudo=nutrisus
http://atencaobasica.org.br/relato/734
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nutrisus.php
http://www.rgnutri.com.br/sqv/patologias/fome-oculta.php
http://blogdamimis.com.br/2014/07/21/fome-oculta/
http://guiadobebe.uol.com.br/fome-oculta-e-seus-riscos/
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